16/05/2011
Haddad comanda o Ministério da Boçalidade Arrogante e da Delinqüência Intelectual
Abro a porta do quarto do hotel, e lá está o jornal O Globo, num simpático suporte de couro, pendurado no trinco. Manchete: "MEC não vai recolher livro que aceita erro de português". Pego o jornal, deixo-o sobre a cama e resolvo lavar o rosto, livrando-me dos humores do sono. Quero ler direito esse negócio, bem desperto.
Fico sabendo que foram comprados e distribuídos quase 500 mil volumes da obra "Por Uma Vida Melhor", que, à diferença do que o nome sugere, não é um livro de auto-ajuda desses autores "cut-cut" que andam por aí, espalhando a sua "pedagorréia do amor". Não! Trata-se de um livro de língua portuguesa, de autoria de uma professora chamara Heloísa Ramos. A professora Heloísa acredita ser "importante que o falante de português domine as duas variantes e escolha a que julgar adequada à sua situação de fala". Uma das variantes é o erro. Como cada um erra a seu modo, sem obedecer a um método, então tudo é permitido. Para esta senhora, há situações, então, em que o erro é preferível ao acerto. Com 500 mil volumes vendidos, ela está com a vida ganha.
Já expus aqui a teoria que subjaz a essa estupidez. No Globo, um representante do MEC diz que a pasta não recolherá os livros porque não é "o Ministério da Verdade". De fato! Trata-se do Ministério da Boçalidade e da Delinqüência Intelectual. O talzinho que falou faz uma alusão ao livro "1984″, de George Orwell, sugerindo que os críticos daquele lixo encadernado seriam pessoas autoritárias, defensoras de um regime totalitário.
Estúpida hipocrisia a dele!
Por Reinaldo Azevedo
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O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.
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