Pela régua que mede a pobreza extrema, Lula ganha 2.857 miseráveis por palestra
Durante a campanha eleitoral, candidata Dilma Rousseff reiterou a promessa de tirar da miséria 19 milhões de brasileiros. Neste começo de maio, o país ficou sabendo que 3 milhões já saíram. Não porque a renda subiu ─ todos continuam ganhando o que conseguiam juntar há 10 meses ─ mas porque a presidente mudou de ideia e alterou os critérios adotados para o recenseamento dos desvalidos. Até o dia da eleição, foram considerados miseráveis os que conseguem chegar ao fim do mês com menos de 1/4 do salário mínimo ─ ou R$ 136,25. Agora, a miséria mudou de nome (virou "pobreza extrema") e só abrange quem sobrevive com menos de R$ 70.
Graças a essa alquimia, o Plano Nacional de Erradicação da Pobreza Extrema contemplará 16 milhões de brasileiros. A multidão é menos superlativa que a contemplada pelas promessas da candidata. "Nós temos esta missão de eliminar os 19 milhões de brasileiros que vivem com menos de… de um quarto do salário mínimo per capita", disse Dilma em 26 de junho de 2010, na convenção nacional do PRB, "Não eliminar os brasileiros… Eliminar a pobreza dos brasileiros", esclarece antes que a plateia comece a ovacionar a versão brasileira da solução final adotada pela Alemanha nazista para a eliminação dos judeus. Confira no vídeo abaixo.
Mesmo reduzida em 3 milhões de cabeças, é uma imensidão de gente. Sobretudo aos olhos e ouvidos de quem passou oito anos castigado pela discurseira em que Lula primeiro acabou com a fome e, depois, garantiu três refeições por dia a todos os 200 milhões de súditos. O ex-presidente, aliás, anda cobrando R$ 200 mil reais para fazer palestras em que revela como se deu o milagre da erradicação de todas as formas de pobreza. Não é pouca coisa. Se a quantia for convertida em brasileiros socorridos pelo plano divulgado nesta semana, Lula embolsa a cada palestra 2.857 miseráveis.
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